segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Agressão na Paulista! Casal gay é agredido na madrugada de sábado, e uma das vítimas teve a perna quebrada.



Vítimas foram ao 78º DP, nos Jardins, neste domingo para registrar boletim de ocorrência.Vítimas foram ao 78º DP, nos Jardins, neste domingo para registrar boletim de ocorrência.



SÃO PAULO - Um casal de gays afirma ter sido agredido em frente a um restaurante da Rua Fernando de Albuquerque, na região da Avenida Paulista, em São Paulo. A agressão ocorreu na madrugada deste sábado (1º) quando o casal saía de um bar na Rua Bela Cintra.
O analista fiscal Marcos Paulo Villa, 32 anos, e o namorado, um coordenador financeiro de 32 anos que preferiu não se identificar, foram espancados. O coordenador financeiro teve a perna quebrada e o lábio aberto por causa dos socos. Neste domingo (2), os dois ainda reclamavam de muitas dores pelo corpo.
Eles estavam com uma amiga no Sonique Bar, quando ela começou a ser assediada por dois homens. Segundo Villa, os agressores, com idades entre 25 e 30 anos, voltaram a assediar a moça e começaram a provocar a ele e ao namorado em um posto de combustíveis, que fica na esquina das ruas Bela Cintra e Fernando de Albuquerque, chamando-os de “viados”. Villa, então, pediu para que eles parassem com as provocações e atravessou a rua, em direção à sua casa, na Rua da Consolação. Os dois agressores perseguiram o casal e continuaram com as provocações.
O coordenador financeiro ficou nervoso e gritou para que eles saíssem de perto. Quando o casal estava em frente ao restaurante, foram surpreendidos com socos na nuca e na coxa.
A gente saiu e eles começaram a encher o saco nosso. Ela (a amiga) tinha parado o carro no estacionamento do lado. Fomos embora para casa e paramos no posto para comprar cigarro. Na fila do posto, esses dois caras vieram atrás e começaram a falar que a gente era viado, que a gente ia morrer, que não merecia viver.
Villa se dirigiu a um dos agressores e afirmou: Vocês não sabem o que estão falando. Você é um cara novo ainda, pode ter um filho gay.
O namorado de Villa contou que, em seguida, saíram do posto e detalha como foi o início da agressão.
A gente pegou o cigarro e atravessou a rua. No que a gente atravessou a rua esses dois caras vieram. Aí eu comecei a gritar. Um foi para cima dele e outro veio para cima de mim. Levei um soco na boca e caí. Ele começou a me chutar, falando que eu tinha que morrer. Chutou minha cabeça. Eu desmaiei e não lembro de mais nada.
Ainda no sábado, Villa e o namorado foram à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde foram atendidos.
Nunca tinha visto nada semelhante, a gente nunca acha que vai acontecer com a gente. Primeiro, porque não somos estereotipados. Se aconteceu com a gente, pode acontece com qualquer um, disse Villa.
Os dois agressores não eram conhecidos do casal. Villa acredita que a identificação deles será possível com as imagens das câmeras de segurança do posto de gasolina e do restaurante. Ele acredita que um dos agressores era praticante de alguma modalidade de luta marcial. A forma como ele me deu socos era típica de alguém que praticava boxe ou algo semelhante, disse.
As vítimas tentaram registrar o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que não funciona aos fins de semana. Neste domingo, elas foram ao 78º DP, nos Jardins. O que pudermos fazer para isso parar, vamos fazer, disse Villa.

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