O
Irã sentenciou judicialmente quatro homens da cidade de Choram, na
Província Kohgiluyeh e Boyer-Ahmad, à morte por enforcamento sob a
acusação de "sodomia".
Saadat
Arefi, Vahid Akbari, Javid Akbari e Houshmand Akbari, receberam
recentemente a sentença dada pelos juízes da alta corte da cidade e
serão enforcados por sodomia, de acordo com a "sharia" - conjunto de
leis que regem a vida do muçulmano -, segundo relatório da "Human Rights
Activist News Agency" (HRANA) no Irã.
Mehri
Jafari, advogado do Human Rights com base no Irã, disse: "Eu estou
horrorizado e entristecido por ter ouvido a notícia sobre esses quatro
homens. Não só no que diz respeito à execução, que está prestes a
acontecer, mas pelo fato de estar além do nosso controle."
"Há
duas questões importantes neste caso, o local da alegada ocorrência e a
interpretação da Sharia. Kohgiluyeh e Boyer Ahmad, no sudoeste do país,
é uma das províncias mais subdesenvolvidas no Irã e é óbvio que a falta
de acesso a advogados e a um julgamento justo pode ser considerado um
problema sério neste caso. Após o anúncio é muito provável que a
execução seja realizada em breve, e a localização remota torna difícil
de se exercer qualquer influência sobre o processo.", acrescentou Mehri.
Mehri ainda declarou: "Eu espero que as organizações internacionais ajam de forma rápida e eficaz sobre este caso específico."
Para
Gorji Marzban, presidente da "Oriental Queer Organization" (ORQOA), "a
recente sentença de morte dos quatro iranianos é uma realidade chocante e
demonstra a discrepância entre a percepção ocidental e a islâmica da
homossexualidade. A retórica do anúncio faz a ligação da atividade
sexual entre pessoas do mesmo sexo, ou sodomia, com os castigos
corporais. No mês passado, as autoridades iranianas enforcaram um jovem e
as notícias das agências e autoridades locais foram, intencionalmente,
pouco claras sobre o motivo da pena de morte. No caso destes quatro
homens, o texto é claro, e atribui o enforcamento à sodomia. [...] A
criminalização das relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo no Irã,
decorre da sua relação com a Sharia e o patriarcado. Este é um sinal de
alerta não só para a população gay do Irã, mas também para todos os
tipos de gênero, inclusive os heterossexuais que têm relações sexuais
fora do casamento. [...] A pena de morte não foi capaz de erradicar a
homossexualidade do Irã, mas ela foi bem-sucedida na questão de forçar
as pessoas a permanecerem trancadas nos armários. Mais cedo ou mais
tarde toda a comunidade islâmica será obrigada a integrar pessoas
marginalizadas. Acreditamos que os iranianos devem ter igualdade de
gênero e de direitos."
Segundo
a Human Rights: "Não se pode negar que, o Irã está condenando à morte
as minorias sexuais, que praticam sexo consensual, da mesma forma que
condenam os que tenham cometido estupro."
A
questão da pena de morte, para atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo,
fica ainda mais agravada pelo fato de que o código penal iraniano não
faz distinção entre estupro e atos homossexuais. Além disso, em muitos
casos, nem sempre fica claro se o acusado realmente cometeu um ato
sexual ou é uma mera acusação baseada em alguma disputa.
Conheço um monte de homofóbicos que adoraria implementar algo parecido com a Sharia aqui no Brasil, alguém duvida?
Conheço um monte de homofóbicos que adoraria implementar algo parecido com a Sharia aqui no Brasil, alguém duvida?