terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Jean Wyllys se posiciona contra projeto da bancada evangélica que busca legalizar a "cura gay"

A intolerância dos fundamentalistas da bancada evangélica se mostra cada vez mais ameaçadora e passível de qualquer manobra para desviar a atenção da sociedade de sua cortina de fumaças. Desta vez é o Projeto de Decreto de Lei (PDL) do deputado João Campos (PSDB/GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica, que busca sustar a aplicação do parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.

Não bastasse a inconstitucionalidade do projeto, que contraria os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988, a proposta vai contra todos os tratados internacionais de Direitos Humanos que têm como objetivo fundamental o direito à saúde, a não discriminação e a dignidade da pessoa humana, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos  e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, entre outros.
Com essa proposta, que busca legalizar a "cura gay", o deputado, por convicções puramente religiosas, se considera no direito não só de ir contra os direitos humanos de milhões de cidadãos e cidadãs brasileiras, mas também de desconstruir um ponto pacífico entre toda uma comunidade científica: nem a homossexualidade, nem a heterossexualidade, e nem a bissexualidade são doenças, e sim uma forma natural de desenvolvimento sexual. São simplesmente diferentes e não há nenhuma dissidência quanto à isso. O argumento de que a homossexualidade pode ser curada é usado sem qualquer tipo de embasamento teórico ou científico e sempre por fanáticos religiosos que tem com o objetivo confundir a população. 
  
O PDL do deputado – o mesmo da PEC n° 99 de 2011, ou a "PEC da Teocracia" que pretende que as "associações religiosas" possam "propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal" – é, no mínimo, criminoso e vai também contra os direitos à saúde da população, pois sabemos que essas supostas terapias de "cura gay" nada mais são do que mecanismos de tortura que produzem efeitos psíquicos e físicos altamente danosos, que vão da destruição da auto-estima de um ser humano, até o suicídio de muitos jovens - como ocorreu recentemente nos Estados Unidos, onde mais um adolescente gay, de 14 anos, tirou sua própria vida apos ter sofrido assedio homofóbico na escola.
A tragédia ocorreu no Tennessee, estado dos EUA cujo Senado votava, há um ano, um projeto de lei que proibia professores de mencionar a homossexualidade em sala de aula e logo após outro adolescente gay do Tennessee, Jacob Rogers, tirar sua própria vida. Alguns dias antes, mais dois jovens norte-americanos também se suicidaram, depois de anos de sofrimento: Jeffrey Fehr, 18, e Eric James Borges, de 19 (este último cresceu em uma família fundamentalista cristã que inclusive tentou exorcizá-lo). 
Há uma preocupante confusão na sociedade incitada por esse fundamentalismo religioso que precisa ser esclarecida antes que a saúde física e psíquica de mais jovens seja afetada: ao contrario da religião, a orientação sexual de um indivíduo não é uma opção. Se o Estado é laico – como o é o brasileiro desde 1980 – questões de cunho moral e místico não podem ser parâmetro nem para a elaboração das normas nem para o seu controle. Valores espirituais não podem ser impostos normativamente ao conjunto da população.
 
Como cidadão brasileiro homossexual e deputado federal que defende a causa de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (LGBT), entre outras, farei de tudo, em parceria com a Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT e os parceiros e parceiras do mandato, para que essa Proposta de Decreto de Lei não seja mais uma proposta que viole o direito dos cidadãos e cidadãs brasileiras.  
 
Jean Wyllys
Deputado Federal

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Agressão covarde! Polícia identifica suspeitos de terem agredido e roubado um ativsita gay, em Porto Alegre.



William Dos Santos, o jovem ativista gay que foi covardemente agredido.William Dos Santos, o jovem ativista gay que foi covardemente agredido.

A Polícia Civil já tem os suspeitos de terem agredido o estudante gaúcho Willian dos Santos, de 20 anos, no último domingo (5), na Avenida João Pessoa, em Porto Alegre. De acordo com o delegado responsável pelo caso, a vítima será ouvida na tarde desta sexta-feira (10) na 1ª DP.
Paulo César Jardim explica que as fotos dos supostos agressores já estão na delegacia. "Temos as fotos de alguns homens que podem ter agredido este garoto. Porém, ele precisa vir até aqui para identificá-los. Vamos aguardar. Espero que ele venha para podermos solucionar este caso", diz. O delegado afirma ter pedido diversas vezes para o jovem prestar depoimento e que não foi atendido até agora, cinco dias depois do corrido.
No domingo (5), Willian foi agredido por dois homens em frente à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele teve quatro dentes quebrados e ficou com o rosto inchado. "Eles me deram muitos socos e pontapés. Foi tudo muito rápido, mas tenho certeza que sou mais uma vítima da homofobia. Me chamavam de 'viado' a todo instante. Antes de tudo fui agredido verbalmente. Não é um roubo qualquer. Se a motivação fosse me roubar, teriam levado o meu celular, que era o objeto de maior valor que estava comigo”, afirma Willian. O delegado Jardim afirma que ainda não é possível confirmar se a agressão foi motivada por preconceito. "Não podemos nos precipitar", conclui.
O caso gerou repercussão no Facebook. Até o fim da noite desta quinta-feira, mais de 39 mil pessoas haviam compartilhado um manifesto de apoio ao estudante de Relações Internacionais da Universidade Potiguar de Natal (RN).

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Aprovação do casamento gay pode gerar US$ 88 milhões ao estado de Washington




O estado norte-americano de Washington pode sair lucrando financeiramente caso o casamento gay seja aprovado. Pelo menos é o que diz um estudo realizado pelo Instituto Williams.
O instituto trabalha com políticas publicadas direcionadas à população LGBT dos Estados Unidos. De acordo com o estudo, o estado de Washington poderia lucrar por volta de US$ 88 milhões. Para chegar a este montante, foram levados em consideração os gastos médios que os casais heterossexuais têm com o casamento na região, além do que poderia ser gasto pelos turistas no local, por exemplo.







A votação vai ocorrer nos próximos dias e, caso a lei seja aprovada, Washington será o sétimo estado norte-americano a reconhecer a união entre pessoas do mesmo sexo na terra do Tio Sam.